Neste verão que começa por ser vivido à pressa e longe de tudo o que nos faz sonhar, neste verão que será longo, percorrendo uma estratosfera de dureza e lutas desiguais, transporto-me para outros verões, para outros mundos a que às vezes já duvido que alguma vez tenha pertencido.
Não sei se tenho saudades desses mundos ou de mim. De certeza que as tenho da alegria que sentia, do brilhozinho nos olhos, do fazer acontecer situações e sentimentos que me aqueciam o coração.
Chegar a Shangai é uma sensação única de grandeza e de irreverência e impunidade do estar. As luzes, o anonimato, os olhares distantes que a todos atravessam, mas sem rancores ou mágoas, a escala em que tudo acontece, uam Nova Iorque organizada e limpa. Tudo isto dá aquela vontade forte de viver. De viver com intensidade, com aquela força que ultrapassa todos os obstáculos e vence todas as guerras.
Amores vitoriosos e desamores ultrapassados, afectos serenos que nos pacificam o ser e aquele Peace Hotel onde a mágica acontecia com o meu jazz, um jazz ancestral que a todos pertencia.
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