"O Mundo acorda e adormece sem que ninguém o embale.


Ainda assim, estou disposta a oferecer-lhe a minha canção."




terça-feira, 2 de novembro de 2010

Esclarecimento


Caros Camaradas Deputados

Face às notícias recentemente publicadas relativas ao chamado processo “Face Oculta”, entendo dever, na rigorosa distinção entre os espaços da Política e da Justiça, prestar os seguintes esclarecimentos enquanto dirigente nacional do PS e deputada à Assembleia da República:
1.  Prestei declarações por escrito no âmbito do processo referido a solicitação do Ministério Público da Comarca do Baixo Vouga e na sequência da autorização concedida pela Assembleia da República.
Considero por isso lamentável a grave violação do segredo de justiça resultante da publicação de excertos truncados das minhas declarações antes da dedução da acusação, bem como, após a mesma, versões romanceadas dos factos como as referências ao impacto da minha pretensa deslocação a Aveiro, a qual nunca ocorreu.
2.  Respondi com todo o rigor e consciência às questões colocadas sobre factos em que participei ou de que tive conhecimento sendo evidente para os que me conhecem que nunca me considerei pressionada por ninguém e sempre agi e tomei decisões no estrito dever de defesa do interesse público e da legalidade.
3.  No exercício de funções governativas nunca esqueci o facto de ser militante e membro do Secretariado Nacional do PS, que integro desde Outubro de 2004 por convite do Secretário-Geral José Sócrates.
Sempre afirmei que o facto de ser membro do Secretariado Nacional do PS me dava preocupações acrescidas de seriedade e que estava farta que os partidos tivessem as costas largas. Por isso, com a legitimidade de quem é dirigente nacional do partido, sempre disse que não admitia referências abusivas a alegados interesses do PS por parte de quem quer que fosse, muito menos por parte de quem não tem legitimidade para o fazer.
São estes os princípios que sempre defendi e que adopto reiteradamente desde que em Novembro de 2009 passei a integrar a Comissão de Gestão do PS por designação do Secretário-Geral.
4.  A defesa do Estado de Direito e da ética republicana estarão sempre na base do meu dever de colaboração com a Justiça no estrito respeito pela separação de poderes que a todos obriga sejam operadores judiciários, responsáveis políticos ou profissionais da comunicação social pelo que rejeito veementemente quaisquer especulações políticas feitas com base em peças processuais cujo teor desconheço.

1 de Novembro de 2010
Ana Paula Vitorino
Deputada à Assembleia da República
Membro do Secretariado Nacional do Partido Socialista

2 comentários:

Ana Paula Vitorino disse...

Albina Conceição Santos Silva:

assim gosto..iera preciso esclarecer esta barafunda e esta bizarrice do dito segredo de justiça...i sto de se ser ser acusado de tirar o cavalinho da chuva em épocas de crise não é próprio dos socialistas..a solidariedade é a sua bandeira ...essencial,na senda de M.Godinho,Tito Morais,Salgado Zenha e tantos outros sem não esquecer o tão injustiçado Palma Inácio...Maquiavel dizia que "querem ser soldados do patrão enquanto não ele não faz guerra,mas quando esta irrompe todos querem fugir ao compromisso"..Ora,parece não ser o caso...a ética de responsabilidade dos militantes e dirigentes socialistas não é consentânea com tais atitudes...

Ana Paula Vitorino disse...

Cara Albina: agradeço as suas palavras. Toda a vida me bati pelos valores e pela ética republicana. Com coragem defendi o PS quer no liceu com 12 anos quer mais tarde na faculdade onde "ninguém" era PS, quer quando me filiei e o assumi publicamente imediatamente após Cavaco Silva ter ganho as eleições legislativas. Sempre fui socialista, mesmo quando outros andavam por outros partidos. Sempre defendi os nossos valores e as nossas gentes mesmo quando isso me prejudicava profissionalmente. Finalmente no governo concretizei com empenho aquilo que era o nosso programa, no respeito pelos valores e integridade do nosso partido. E foi na defesa dessa integridade e desses valores que hoje fiz este esclarecimento. Porque estou com o meu partido nas boas e nas más horas. Porque sou séria e sou dirigente do PS e por isso não admito que manchem o nosso nome e a nossa história. Mas que não se confunda a defesa e a solidariedade com o PS com a defesa de malandros que do PS só querem tirar vantagens ilegitimas. Podem ser do PS, mas não são socialistas e por isso não merecem a nossa solidariedade. Porque essa solidariedade chamar-se-ia OMERTA. Só que nós não estamos na Sicília e o PS não é a Máfia. Saudações Socialistas